A sua decisão, justificada pela ausência de condições para uma candidatura "aberta e plural", reconfigura o panorama político à esquerda e abre espaço para outros candidatos.
A retirada de António Sampaio da Nóvoa, uma figura que obteve 23% dos votos nas eleições de 2016, representa um desenvolvimento significativo no campo da esquerda. Numa declaração escrita, o antigo reitor da Universidade de Lisboa explicou que, após "uma reflexão cuidada e aprofundada", concluiu não estarem "reunidas as condições para uma candidatura aberta e plural, humanista, transversal aos mais diversos setores da sociedade". Esta decisão põe fim a meses de especulação e desfaz as esperanças de um setor do socialismo e da esquerda que via nele uma alternativa a António José Seguro.
A sua saída foi lamentada por figuras como Catarina Martins, que considerava a sua candidatura "importante", e imediatamente capitalizada por António José Seguro. O candidato socialista reagiu afirmando que a decisão de Nóvoa não é "uma desistência do país" e aproveitou para apelar à convergência de "todos os humanistas, democratas e progressistas" em torno da sua própria candidatura, que descreve como "aberta". A ausência de Sampaio da Nóvoa da corrida eleitoral deixa um vácuo político que outros atores procurarão preencher, intensificando a disputa pelo eleitorado progressista e de centro-esquerda e tornando mais clara a polarização entre as candidaturas já existentes e as que possam surgir, como a de Catarina Martins.