Após a sua reunião semanal com o primeiro-ministro em Faro, e horas depois de Gouveia e Melo ter publicado um vídeo criticando duramente a atuação do poder político face aos incêndios, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de abordar o tema. O Presidente afirmou estar "feliz (...) por ter a certeza de que nenhum candidato a nenhuma eleição utilizará o tema dos incêndios como tema eleitoral". A declaração foi amplamente interpretada nos meios de comunicação social como uma repreensão velada ao almirante, que tinha acusado os líderes do país de estarem numa "bolha de cinismo".
O artigo com o título "ESTALOU O VERNIZ: ALMIRANTE FALA EM VERGONHA E MARCELO RESPONDE-LHE" ilustra a perceção de um confronto aberto. Marcelo procurou, com as suas palavras, defender a dignidade institucional e apelar a um comportamento cívico, contrastando com a abordagem mais disruptiva e crítica do seu potencial sucessor.
Este episódio revela uma tensão fundamental na corrida a Belém: o conflito entre a defesa da estabilidade e da conduta institucional, personificada pelo atual Presidente, e a exigência de responsabilidade e ação imediata, defendida por um candidato que se posiciona como um agente de mudança face ao que considera ser a inércia do sistema.