A sua decisão foi justificada pela ausência de condições para uma candidatura nos moldes da que protagonizou em 2016, quando obteve um resultado expressivo. Numa declaração escrita, Sampaio da Nóvoa explicou que, após "uma reflexão cuidada e aprofundada", concluiu que "não estão reunidas as condições para uma candidatura aberta e plural, humanista, transversal aos mais diversos setores da sociedade, como aconteceu nas eleições de 2016", nas quais alcançou 22,9% dos votos, ficando em segundo lugar. A sua retirada da corrida representa um desenvolvimento significativo, especialmente para o eleitorado de esquerda e centro-esquerda que via nele uma alternativa ao ex-líder do PS, António José Seguro.

O antigo reitor da Universidade de Lisboa agradeceu o apoio que lhe foi manifestado por diversas personalidades, incluindo o General Ramalho Eanes, e por muitos cidadãos que o incentivaram a avançar. Apesar de se afastar da corrida eleitoral, Sampaio da Nóvoa reafirmou a sua "total disponibilidade para cumprir as... obrigações cívicas ao serviço dos portugueses", indicando que a sua intervenção se focará nas áreas da educação, ciência e cultura, agindo de forma "liberto de amarras partidárias, políticas ou outras". A sua desistência abre espaço para uma reconfiguração das candidaturas no espectro da esquerda, tendo sido lamentada por figuras como Catarina Martins, que se posiciona agora para preencher parte desse vácuo político.