Este posicionamento do Chefe de Estado reforça a sua discordância com a politização da tragédia em curso, alinhando-se com a posição do Governo. Após a sua reunião semanal com o Primeiro-Ministro Luís Montenegro, realizada excecionalmente em Faro, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de dirigir um agradecimento aos "autarcas, candidatos autárquicos e a 'todos' os partidos políticos por 'resistirem à tentação de utilizar, em tempos de combate aos fogos, os incêndios como tema de campanha eleitoral'". Acrescentou sentir-se "feliz, como Presidente da República, por ter a certeza de que nenhum candidato a nenhuma eleição utilizará o tema dos incêndios como tema eleitoral".
Estas declarações, proferidas poucas horas após a divulgação do vídeo crítico de Gouveia e Melo, foram amplamente interpretadas nos meios de comunicação como uma repreensão direta à estratégia do almirante. O Presidente aproveitou ainda para defender a eficácia da resposta atual, afirmando que "não há comparação possível" com a situação de 2017, elogiando o grau de coordenação e a capacidade de liderança dos bombeiros e de outras instituições, que permitiram, até ao momento, "preservar a vida humana".