Estas abordagens contrastantes revelam visões distintas sobre o papel do Presidente da República em momentos de crise nacional.

Henrique Gouveia e Melo posicionou-se de forma interventiva, criticando duramente a postura dos responsáveis políticos que, na sua opinião, se mantêm numa "bolha de cinismo frio perante o sofrimento" das populações.

Em contraste, Luís Marques Mendes defendeu que "este não é ainda o tempo de fazer um balanço, uma avaliação, ou fazer críticas", sublinhando que "a missão de um líder é unir e não dividir". Esta posição de Marques Mendes gerou reações, nomeadamente do ex-líder do PSD, Rui Rio, que o acusou de "taticismo", lembrando que o candidato teve uma postura crítica e interventiva durante os incêndios de 2017. António José Seguro, por sua vez, focou o seu discurso na necessidade de um "acordo entre gerações para prevenir os incêndios", defendendo medidas concretas de prevenção e um apoio mais eficaz às vítimas. Esta clivagem mostra como a tragédia está a ser utilizada para moldar as identidades das candidaturas: Gouveia e Melo como uma voz de denúncia externa ao sistema, Marques Mendes como uma figura institucional e de consensos, e Seguro como um proponente de políticas de longo prazo.