Ao justificar a sua presença surpresa no evento, o Chefe de Estado foi claro: “Esta vinda cá é a última porque eu tenciono depois afastar-me da politica totalmente”. A sua justificação para esta decisão assenta numa questão de princípio sobre o papel de um ex-Presidente: “Quem foi Presidente da República não pode andar a opinar sobre primeiros-ministros, governos e líderes da oposição”.

Este posicionamento representa uma rutura com a prática de alguns dos seus antecessores, que se mantiveram como vozes ativas no comentário político.

Marcelo Rebelo de Sousa detalhou os seus planos, reiterando que pretende regressar ao ensino, especificamente para dar aulas no ensino básico e secundário.

As suas únicas participações na vida pública serão institucionais, como membro do Conselho de Estado e em cerimónias oficiais. Este anúncio serve para tranquilizar o sistema político quanto a uma futura intervenção sua, ao mesmo tempo que lhe confere maior liberdade para as suas tomadas de posição nos meses que lhe restam de mandato, que podem agora ser vistas como as de um estadista em vias de se retirar, e não as de um ator político com ambições futuras.