Esta reação sublinha a divisão de competências constitucionais e representa um esforço para conter potenciais danos diplomáticos com os Estados Unidos.
Questionado sobre a polémica, Paulo Rangel foi categórico: "Não me compete, nem devo comentar as declarações do Presidente da República".
O ministro fez questão de recordar que "a definição da política externa portuguesa cabe ao Governo".
Com esta afirmação, Rangel enviou uma mensagem clara aos parceiros internacionais de Portugal, indicando que a posição oficial do Estado português é veiculada pelo executivo e não deve ser confundida com as opiniões pessoais do Chefe de Estado. "É assim que os nossos parceiros internacionais, todos eles, devem entender a relação com Portugal", acrescentou.
A posição do Governo reflete a situação delicada criada pelas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que foram noticiadas internacionalmente e poderiam ser interpretadas como a posição oficial de Portugal. Ao reafirmar a sua competência exclusiva na condução da diplomacia, o Governo de Luís Montenegro tentou isolar o incidente, tratando-o como uma opinião do Presidente e não como uma mudança na política externa portuguesa.
Esta demarcação evidencia a tensão que pode surgir entre o Palácio de Belém e o Governo, especialmente quando o Presidente adota um estilo de comunicação mais interventivo e pessoal em matérias sensíveis de política internacional.