Em declarações aos jornalistas no Algarve, Gouveia e Melo foi direto na sua apreciação: "Qualquer pessoa que esteja investida no lugar da Presidência - portanto, o Presidente da República - não deve fazer comentários pessoais porque representa o Estado Português". O almirante reforçou a sua posição ao lembrar que Portugal e os Estados Unidos são aliados em "diversas alianças" e que a "segurança e defesa comum é muito importante", concluindo que "esse tipo de comentários não devem ser feitos pelo Presidente da República". Com esta crítica, Gouveia e Melo não só se distanciou do atual Chefe de Estado, como aproveitou a oportunidade para se apresentar ao eleitorado como um candidato que valoriza a sobriedade e o rigor institucional, em oposição ao estilo mais opinativo e interventivo de Marcelo. A sua intervenção foi vista como um momento estratégico da sua campanha, utilizando a controvérsia para definir o seu próprio perfil presidencial e para se demarcar de um potencial adversário nas urnas, Marques Mendes, que desvalorizou as palavras do presidente.
