Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que os sociais-democratas têm "uma tarefa difícil", mas sublinhou que, se o partido não conseguir afirmar essa diferença, "torna-se muito difícil a função dos partidos desta natureza e isso não é boa notícia para a democracia". O Presidente argumentou que, embora haja espaço para todas as forças políticas, "é evidente que é mais fácil fazer acordos de regime, fazer consensos, fazer encontrar soluções ao centro", se os partidos do centro se mantiverem fiéis à sua matriz.

Este conselho foi visto como uma intervenção direta na estratégia política do partido que suporta o Governo. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, foi rápido a reagir, afirmando que tanto Marcelo como o candidato presidencial Marques Mendes deram "um grande puxão de orelhas ao primeiro-ministro e ao Governo da AD" por se terem, na sua opinião, "colocado no colo do Chega". Esta leitura política reforça a percepção de que o Presidente usou a sua influência para tentar condicionar a política de alianças do PSD.