Na sua mensagem oficial, o Chefe de Estado foi claro ao afirmar que "a contribuição da diáspora africana para a sociedade portuguesa deve ser reconhecida".

Este reconhecimento, segundo Marcelo, deve ser acompanhado "pelo combate a todas as formas de discriminação e violência contra as pessoas afrodescendentes".

O Presidente expressou ainda o desejo de que Portugal se encaminhe "no sentido de uma vizinhança fraterna e sem preconceitos", para a construção de um país "mais justo e menos desigual".

A intervenção do Presidente insere-se num debate mais vasto e, por vezes, polarizado na sociedade portuguesa sobre o passado colonial, o racismo e a identidade nacional.

Ao usar a sua plataforma para homenagear os afrodescendentes que "revigoram e enriquecem" o país, Marcelo Rebelo de Sousa posiciona a Presidência da República do lado da inclusão e da reparação histórica simbólica.

Esta ação estabelece um padrão para o debate público e lança um desafio aos futuros candidatos presidenciais, que terão de se posicionar sobre estas matérias sensíveis e demonstrar a sua própria visão para uma sociedade portuguesa mais coesa e igualitária.