Esta declaração, embora matizada, condicionou o debate público e suscitou reações distintas no espetro político.
Nas suas declarações, o Chefe de Estado clarificou o seu conceito de responsabilidade política, explicando que "quem está à frente de uma instituição pública (…) está sujeito a um juízo político por aquilo que aconteça de menos bem nessa instituição, mesmo que sem culpa nenhuma". No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma distinção crucial ao afirmar que, com as eleições autárquicas a apenas um mês de distância, não faria sentido falar em demissão.
Para o Presidente, "o juízo sobre a responsabilidade política em cargos eletivos é dos eleitores".
Esta intervenção foi significativa por emanar da mais alta figura do Estado, estabelecendo um enquadramento ético e político para a discussão, ao mesmo tempo que travava os apelos a uma demissão imediata.
A sua posição contrastou com a dos candidatos presidenciais, que se mostraram mais relutantes em entrar no debate político.
António José Seguro chegou mesmo a afirmar que o seu "entendimento é diferente" do de Marcelo, preferindo focar-se nas questões técnicas e de segurança.