A afirmação, proferida na Universidade de Verão do PSD, obrigou o Governo a demarcar-se e a reafirmar a sua competência na condução da política externa.
Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que, "em termos objetivos, a nova liderança norte-americana tem favorecido estrategicamente a Federação Russa", ressalvando não se tratar de uma aliança baseada em cumplicidade ideológica ou económica.
A sua análise provocou reações imediatas, com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, a distanciar-se das palavras do Presidente, sublinhando que "quem conduz a política externa portuguesa é o Governo".
Posteriormente, questionado sobre a polémica, Marcelo afirmou não ter "nada a acrescentar", considerando que disse o que tinha a dizer "com todo o cuidado do mundo" e de forma "elegante". Defendeu ainda que a sua posição não é nova e que existe coesão com o Governo na defesa do apoio à Ucrânia.
O episódio expôs uma tensão latente na coabitação entre Belém e o Governo em matéria de política externa, com analistas a considerarem as declarações diplomaticamente imprudentes, embora reflitam uma opinião partilhada em privado por outros líderes europeus.