A contestação visa travar o que consideram ser um "retrocesso civilizacional" nos direitos dos trabalhadores.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, apelou a um "grande sobressalto cívico" contra as alterações propostas, que incluem a revisão de mais de uma centena de artigos do Código do Trabalho, e pediu ao Governo que "congele essas intenções", admitindo solicitar uma audiência com Marcelo Rebelo de Sousa para o "sensibilizar" sobre a matéria. Carneiro argumentou que as propostas do Governo ameaçam a "paz social".

Na mesma linha, a CGTP criticou o "silêncio" do Presidente da República sobre o tema e, juntamente com a UGT, agendou reuniões em Belém para discutir as suas preocupações.

A central sindical apontou mesmo a existência de inconstitucionalidades na proposta governamental.

Este recurso ao Chefe de Estado por parte da oposição e dos parceiros sociais representa uma estratégia para pressionar o executivo e elevar o debate para a mais alta instância do Estado, utilizando a magistratura de influência do Presidente como um potencial travão às intenções do Governo de flexibilizar as leis do trabalho.