Este anúncio posiciona uma figura proeminente da esquerda no xadrez eleitoral, com uma agenda focada em questões sociais e na defesa dos serviços públicos. A entrada de Catarina Martins na corrida presidencial, confirmada através de uma carta enviada aos militantes, representa um momento significativo para o espectro político da esquerda portuguesa.
A sua candidatura, sob o lema "Quero cuidar da democracia", visa recentrar o debate público em temas centrais para o seu partido, como "a dignidade do trabalho, no direito à habitação e na qualidade dos serviços públicos, incluindo saúde, educação e cultura".
A agora eurodeputada pretende combater ativamente as desigualdades e discriminações, posicionando-se como uma voz defensora dos valores constitucionais, num contexto que figuras como Rui Tavares, porta-voz do Livre, descrevem como politicamente "muito desequilibrado" para a direita, sublinhando a necessidade de um Presidente que "defenda a Constituição do 25 de Abril". O anúncio de Martins surge num momento em que outras figuras da mesma área política, como António Sampaio da Nóvoa, Mário Centeno e Elisa Ferreira, já recusaram entrar na corrida, o que poderá consolidar o seu papel como a principal candidata do seu campo ideológico. A sua agenda programática, focada na valorização do Estado Social, contrasta diretamente com as propostas de candidatos de centro-direita e direita, antecipando um debate eleitoral polarizado em torno de diferentes visões para o futuro do país e para o papel do Chefe de Estado. A sua confirmação estabelece, assim, um marco importante na definição do campo de candidatos, forçando outros partidos e potenciais concorrentes a posicionarem-se em relação à sua agenda e ao espaço político que ela pretende ocupar.