O episódio gerou um debate sobre a retórica política e a fiscalização dos atos presidenciais.

A controvérsia teve início quando o líder do Chega criticou a deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa a Berlim, acusando-o de gastar dinheiro público numa viagem para participar num "festival de hambúrgueres". A acusação, feita nas redes sociais, baseou-se num erro de tradução do termo alemão "Bürgerfest".

O Chega chegou a votar contra a deslocação no Parlamento.

O Presidente da República, questionado sobre o assunto em Berlim, recusou comentar diretamente as declarações, afirmando: "Eu, quando estou no estrangeiro, eu falo das coisas boas de Portugal, não estou a criticar Portugal". No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa sentiu necessidade de justificar a importância das suas viagens, explicando que as faz "por dever de uma missão" e não por prazer, e que a visita à Alemanha se devia a um convite do seu homólogo alemão, que escolheu Portugal como país convidado do evento. O Presidente também corrigiu o número de viagens que Ventura lhe atribuiu, afirmando que foram "à volta de 200" e não 1.500. André Ventura, posteriormente, admitiu o "lapso" sobre os hambúrgueres, mas insistiu nas críticas ao número de viagens do Chefe de Estado. Este episódio ilustra a tensão entre o escrutínio político e a desinformação, destacando a estratégia de oposição de Ventura e a postura institucional do Presidente perante os ataques.