O programa limitar-se-á ao "içar da bandeira e o hino nacional", sem qualquer intervenção discursiva.
O Presidente justificou esta medida "para evitar que na ponta final da campanha se possa dizer que qualquer coisa que aconteça tenha a ver com campanha eleitoral".
Esta decisão reflete a preocupação do Chefe de Estado em manter uma postura de neutralidade e de árbitro num momento politicamente sensível, com as eleições autárquicas marcadas para 12 de outubro. Ao abdicar de uma das suas mais importantes tribunas anuais, Marcelo Rebelo de Sousa procura blindar a Presidência de acusações de instrumentalização política e assegurar que o foco do debate público se mantenha centrado nas questões locais. A medida, embora prudente, representa uma alteração significativa na tradição das comemorações republicanas, que habitualmente servem de palco para importantes reflexões políticas por parte do Presidente da República. A decisão sublinha o peso do calendário eleitoral na agenda institucional e a atenção do Presidente em preservar a sua imagem de imparcialidade na reta final do seu mandato.