O incidente testou as suas perspetivas sobre política externa e a defesa dos interesses nacionais.
Henrique Gouveia e Melo, antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, defendeu que o Estado português deve tomar uma "posição diplomática formal". Justificou a sua posição com o facto de o ataque ter ocorrido "em águas internacionais, numa zona que não é uma zona declarada de conflito", configurando uma violação das leis da navegação. Para Gouveia e Melo, "nós não devemos permitir que em águas internacionais as embarcações sejam atacadas", e um incidente deste tipo "deve ser uma preocupação para o Estado português". Em sentido oposto, Luís Marques Mendes considerou que o Estado português não deve reagir formalmente.
O candidato argumentou que "esta iniciativa é particular.
Não tem cobertura diplomática do Estado português.
Quem a desencadeou sabia que corria riscos".
Para Marques Mendes, a responsabilidade pela reação ao ataque recai sobre os promotores da iniciativa privada, e não sobre o Estado. Esta divergência de opiniões revela duas visões distintas sobre o alcance da soberania e da proteção consular.
Enquanto Gouveia e Melo adota uma perspetiva mais centrada no direito internacional e na defesa do pavilhão nacional, independentemente do contexto da missão, Marques Mendes foca-se na natureza privada da iniciativa para delimitar a responsabilidade do Estado.