Esta estratégia visa demarcar-se claramente de candidaturas consideradas radicais e consolidar a sua posição como a principal alternativa de centro-direita.

Questionado sobre o tema, Mendes foi explícito: "Se o sistema é defender a ética na vida política, então eu sou um candidato do sistema com todo o gosto, porque acho que isso é bom para o país". Reforçou a sua posição lembrando que, há 20 anos, para defender a ética, afastou autarcas do seu próprio partido com problemas na justiça. A sua definição de "sistema" inclui também a "preocupação constante com a estabilidade", algo que considera essencial para um país "sólido" e "sustentável".

Este posicionamento é uma resposta direta à narrativa anti-sistema de André Ventura, permitindo a Marques Mendes capitalizar a sua longa experiência política como uma mais-valia, em vez de uma desvantagem.

Ao apresentar-se como o candidato da "moderação", do "centro" e da "experiência", procura unificar o eleitorado que rejeita os extremismos e valoriza a previsibilidade institucional.

A sua visita aos Açores serviu de palco para esta clarificação estratégica, onde também se distanciou de Ventura, afirmando que o seu objetivo é "unir" e não "dividir" os portugueses.