Esta fragmentação, que inclui nomes como Marques Mendes, Gouveia e Melo e António José Seguro, arrisca a dispersão do eleitorado moderado e pode beneficiar candidaturas de pendor mais radical.

As próximas eleições poderão ser das mais concorridas da história da democracia portuguesa, com um número elevado de pré-candidatos já anunciados.

No espaço moderado, a competição é particularmente acesa.

Luís Marques Mendes posiciona-se como o candidato do centro-direita institucional, com o apoio do PSD.

O almirante Gouveia e Melo apela a um eleitorado semelhante, mas sob a bandeira da independência e da competência técnica.

Do lado do centro-esquerda, António José Seguro avança como um socialista moderado, embora ainda aguarde uma decisão formal de apoio do seu partido. Esta multiplicidade de opções para o eleitorado do centro contrasta com a existência de candidaturas mais definidas nos extremos do espectro político, como a de André Ventura.

A principal consequência desta fragmentação é o risco de nenhum candidato moderado conseguir agregar votos suficientes para garantir uma vitória ou mesmo uma passagem confortável à segunda volta.

A dispersão de votos pode, em teoria, facilitar o caminho para um segundo turno mais polarizado, potencialmente entre um candidato do sistema e um candidato anti-sistema, alterando profundamente a dinâmica tradicional das eleições presidenciais em Portugal.