Sem mencionar nomes, a sua análise é amplamente interpretada como um comentário direto ao perfil dos candidatos em liça, visando especialmente aqueles sem um percurso político tradicional, como Henrique Gouveia e Melo.

Cavaco Silva descreve a presidência como “uma magistratura de influência ativa” e uma “reserva de último recurso” em caso de crise grave, argumentando que o cargo exige um conhecimento profundo do funcionamento das instituições e um respeito escrupuloso pela Constituição. A sua intervenção foi entendida por alguns comentadores, como Filipe Santos Costa, como um apoio implícito à candidatura de Marques Mendes.

O antigo Presidente alertou os eleitores para candidatos que “podem prometer tudo e mais alguma coisa e dizer os maiores disparates”, rematando com a ideia de que “falar é relativamente fácil, fazer bem é mais difícil”.

Esta tomada de posição acendeu o debate sobre o perfil ideal para o cargo, opondo a valorização da experiência política, defendida por Cavaco, à procura por figuras ‘outsider’ que demonstrem competência noutras áreas.