Este adiamento é um desenvolvimento político significativo, com impacto direto na campanha do antigo secretário-geral do partido, António José Seguro, o mais proeminente candidato da área socialista.

Ao protelar a decisão para depois das eleições autárquicas de 12 de outubro, a direção do PS procura, por um lado, evitar que eventuais divisões internas sobre o tema prejudiquem os seus resultados locais. Por outro, ganha tempo para analisar o cenário político pós-autárquicas e a evolução das várias candidaturas.

O próprio Seguro reconhece esta temporalidade, afirmando que a decisão “é em outubro” e que terá de “perguntar ao PS”.

Embora insista no caráter suprapartidário da sua candidatura, o apoio formal do PS é visto como crucial em termos de mobilização da estrutura partidária e de financiamento. O adiamento cria, assim, um período de incerteza e expectativa, não só para a campanha de Seguro, mas para todo o eleitorado de esquerda. A decisão de 19 de outubro será, por isso, um momento-chave que irá clarificar o posicionamento do maior partido da oposição e moldar a dinâmica da corrida presidencial.