As eleições autárquicas, marcadas para 12 de outubro, estão a funcionar como um importante fator de condicionamento do calendário e da intensidade da campanha presidencial. Vários atores políticos de relevo, incluindo o próprio Presidente da República, estão a adiar decisões e anúncios cruciais para depois desta data. Marcelo Rebelo de Sousa já indicou que a formalização da data das presidenciais e a sua “avaliação global” ao estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) só deverão ocorrer após o escrutínio local, para não interferir no processo. Esta lógica de adiamento é partilhada pelos partidos, com o PS a agendar a sua decisão sobre o apoio presidencial para 19 de outubro, uma semana após as autárquicas.
Para os candidatos, a campanha local domina a atenção mediática e o debate público, tornando o ambiente menos propício a grandes iniciativas presidenciais.
O candidato Marques Mendes reconheceu que o cenário pode parecer “um pouco confuso” para os eleitores, mas previu que tudo “vai começar a clarificar-se a partir do dia 12 de outubro”. Os resultados das autárquicas funcionarão como um barómetro do estado de espírito do país e da força relativa dos partidos, fornecendo dados que irão, certamente, influenciar as estratégias dos candidatos presidenciais e o sentido de voto de muitos eleitores.
Em resumoAs eleições autárquicas de outubro estão a impor uma pausa tática na corrida presidencial, com os principais intervenientes a aguardarem pelos resultados para reavaliarem o cenário político e lançarem as suas principais iniciativas de campanha.