Numa decisão de política externa de grande relevância, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa declarou o seu “pleno apoio” à iniciativa do Governo de reconhecer formalmente o Estado da Palestina. Este ato, ocorrido durante a presença do Chefe de Estado em Nova Iorque para a Assembleia Geral da ONU, tem implicações diretas no debate político nacional e na pré-campanha presidencial. O Presidente justificou a decisão como sendo consistente com a posição histórica de Portugal em defesa da solução de dois Estados e como um “problema de consciência” para “abrir ainda uma hipótese” para a paz, face à “radicalização de posições” na região.
Enfatizou que todo o processo foi conduzido “em permanente ligação com o Presidente da República”.
A decisão ilustra uma das mais importantes competências do cargo presidencial: a condução da política externa. A reação não se fez esperar, com o Chega a protestar a decisão, o que transporta este tema diretamente para a arena da campanha presidencial.
O reconhecimento da Palestina torna-se assim um ponto de clivagem, forçando os candidatos a posicionarem-se sobre a matéria e a articularem a sua visão para o papel de Portugal no mundo.
Este evento serve como um exemplo prático e atual das responsabilidades e do peso do cargo a que concorrem, podendo ser explorado nos futuros debates eleitorais.
Em resumoO apoio do Presidente ao reconhecimento do Estado da Palestina realça as suas prerrogativas em política externa e introduz um tema fraturante na campanha presidencial, evidenciado pela oposição imediata do partido Chega.