Esta dupla motivação enquadra a sua campanha num contexto de confronto político mais vasto, que transcende a eleição presidencial. As reações à sua candidatura e os comentários de analistas destacam esta particularidade.
Ventura, segundo os artigos, justificou que avançou com a candidatura para também liderar a oposição, indicando que "não era seu desejo" ser candidato.
Esta estratégia tem várias implicações.
Primeiro, utiliza a plataforma da campanha presidencial para manter a visibilidade e a pressão sobre o Governo, continuando as batalhas parlamentares noutro palco.
Segundo, ao definir Gouveia e Melo como o seu principal adversário, como refere um dos artigos, procura polarizar a eleição entre a sua visão de direita radical e a de um candidato que representa um sistema diferente. Terceiro, ao admitir que a candidatura não era o seu desejo inicial, pode estar a gerir expectativas e a preparar o terreno para um resultado que não seja a vitória, mas que reforce a sua posição e a do seu partido no panorama político nacional.
Esta abordagem instrumentaliza a corrida presidencial para objetivos partidários mais amplos de consolidação de poder e de liderança da oposição.














