A sua intervenção visa moderar as expectativas e evitar que o ato eleitoral seja transformado num referendo ao Governo ou aos líderes partidários.

À margem da Feira do Livro em Belém, Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que "cada caso é um caso e a pessoa dos candidatos pesa muito nas autárquicas".

Segundo o Chefe de Estado, os temas em debate nos municípios, como habitação, mobilidade ou educação, são abordados numa perspetiva local, o que torna difícil fazer leituras nacionais dos resultados. Afastou também a ideia de que temas da atualidade nacional, como o caso 'Spinumviva', pudessem 'contaminar' a campanha. Para sustentar a sua tese, o Presidente observou que a presente campanha autárquica é uma daquelas "em que menos houve líderes nacionais" a marcar presença, atribuindo essa menor intensidade à proximidade com as eleições legislativas de maio e as presidenciais de janeiro. "Ou os líderes não participam mesmo ou participam de uma forma muito menos intensa do que antigamente", notou, recordando a sua própria experiência em 1997. Com este enquadramento, Marcelo Rebelo de Sousa procura preservar a estabilidade política, pedindo que não se retirem conclusões precipitadas que possam gerar instabilidade governativa com base em resultados que, na sua ótica, refletem sobretudo realidades municipais específicas.