As comemorações oficiais do 115.º aniversário da Implantação da República decorreram de forma atipicamente sóbria, sem os habituais discursos do Presidente da República e do Presidente da Câmara de Lisboa. A decisão de encurtar a cerimónia, reduzindo-a ao protocolo do içar da bandeira, foi justificada pela proximidade das eleições autárquicas de 12 de outubro. Esta medida, anunciada previamente por Marcelo Rebelo de Sousa, visa evitar a instrumentalização política de uma data nacional durante um período de campanha eleitoral, garantindo a isenção institucional da Presidência da República. A ausência de intervenções políticas não é inédita, tendo ocorrido uma situação semelhante em 2019, quando a data coincidiu com a véspera de eleições legislativas.
A cerimónia contou com a presença das principais figuras do Estado, como o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, mas o silêncio dos protagonistas marcou o evento.
Este episódio ilustra o delicado equilíbrio que os titulares de órgãos de soberania devem manter em períodos eleitorais, optando por uma contenção que preserve o caráter institucional das comemorações. A mensagem do Presidente acabou por ser transmitida através de uma nota escrita, divulgada no site da Presidência, uma solução que permitiu assinalar a data sem violar o dever de neutralidade imposto pelo contexto eleitoral.
Em resumoA cerimónia oficial do 5 de Outubro na Praça do Município, em Lisboa, foi mais curta e não incluiu discursos, uma decisão tomada para não interferir com o período de campanha para as eleições autárquicas.