A sua análise desvaloriza o impacto eleitoral destes eventos, mas reconhece-os como uma "inevitabilidade" do ciclo político.
Recusando-se a abordar a substância de um processo “que está ainda no domínio da investigação judicial”, Marcelo Rebelo de Sousa ofereceu uma perspetiva sobre a dinâmica política em períodos eleitorais. Com base na sua experiência, considerou “errada” a ideia de que os últimos dias de campanha são decisivos para alterar o sentido de voto, argumentando que “o eleitorado fica fixo, na grande maioria, bastante tempo antes”. No entanto, reconheceu que a crença no poder destes eventos de última hora leva a que os momentos finais das campanhas sejam frequentemente os “mais difíceis, mais complicados”.
Esta intervenção do Presidente funciona como um ato de moderação, procurando diminuir a tensão política gerada pela sobreposição de um caso judicial com a campanha para as eleições autárquicas. Ao fazê-lo, Marcelo exerce uma das funções primordiais do seu cargo: a de ser um árbitro e um estabilizador do sistema político.
Para os futuros candidatos presidenciais, esta postura serve de exemplo sobre como navegar a complexa intersecção entre justiça e política, especialmente em momentos de alta sensibilidade eleitoral.













