As comemorações do 115.º aniversário da Implantação da República foram marcadas pelo contexto da campanha eleitoral para as autárquicas, levando à ausência de discursos oficiais e servindo de palco para ações dos candidatos presidenciais. Este cenário ilustra como as datas nacionais são integradas nas estratégias de campanha para a sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa. A cerimónia oficial na Praça do Município, em Lisboa, foi mais curta e sóbria do que o habitual, sem os discursos do Presidente da República e do Presidente da Câmara de Lisboa, para não interferir com o período de campanha. Em contrapartida, Marcelo Rebelo de Sousa divulgou uma nota escrita, na qual defendeu a necessidade de “renovar o nosso compromisso com os seus ideais e os seus valores [da República]”.
Enquanto a celebração oficial se conteve, os candidatos presidenciais aproveitaram a data para se projetarem.
Luís Marques Mendes esteve em Paris e o almirante Gouveia e Melo no Brasil, ambos a contactar com as comunidades portuguesas e a associar as suas candidaturas aos valores republicanos e à diáspora.
Esta dualidade mostra como o calendário político-eleitoral se sobrepõe ao calendário institucional, transformando efemérides nacionais em oportunidades de comunicação política.
Para a corrida presidencial, o 5 de Outubro serviu como um momento para os candidatos se apresentarem como guardiões dos valores da República e reforçarem as suas ligações com os portugueses espalhados pelo mundo.
Em resumoA celebração do 5 de Outubro foi condicionada pela campanha eleitoral, com uma cerimónia oficial contida e ações de campanha por parte de candidatos presidenciais. O episódio demonstra como as datas simbólicas nacionais são instrumentalizadas no contexto da corrida presidencial para projetar mensagens políticas e contactar com o eleitorado, nomeadamente a diáspora.