Esta intervenção desencadeou um debate sobre o equilíbrio de poderes do sistema semipresidencialista português e motivou uma resposta do atual Chefe de Estado.
António Costa sustenta que, historicamente, os presidentes têm utilizado o seu segundo mandato “para confrontar a solução de governo existente, mesmo que dispondo de maioria na AR”. A crítica é particularmente relevante dado que foi a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de dissolver o parlamento após a demissão de Costa que conduziu às eleições antecipadas.
O atual presidente do Conselho Europeu considera que a autoridade presidencial não se traduziu na “capacidade para prevenir crises e mobilizar consensos”, defendendo um papel mais moderador.
Em resposta, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que sempre garantiu a sintonia institucional e que a interpretação dada às palavras de Costa “não corresponde ao que está escrito”.
Este confronto de visões entre duas das mais importantes figuras políticas da última década lança para a arena pré-eleitoral uma discussão fundamental sobre o perfil e os limites do poder do próximo Presidente da República, influenciando as expectativas dos eleitores e as plataformas dos candidatos sobre a relação que pretendem estabelecer com o Governo e o Parlamento.














