Numa cerimónia de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, em Vouzela, o Presidente da República fez um balanço dos progressos e das falhas na gestão florestal em Portugal. Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a prevenção e a coordenação da resposta melhoraram significativamente, mas alertou que o cadastro de propriedades continua a ser um problema estrutural por resolver. O Chefe de Estado destacou os avanços alcançados desde a tragédia de há oito anos, afirmando que “na área da prevenção, que não havia, as autarquias melhoraram, os bombeiros, a Proteção Civil, a Guarda [Nacional] Republicana e outras entidades melhoraram”.
No entanto, contrapôs este progresso com a lentidão na implementação do cadastro, que descreveu como “um grande problema porque ninguém sabe exatamente quais são as propriedades, de quem são, em muitos municípios”.
Este atraso, segundo Marcelo, dificulta o ordenamento florestal e a responsabilização dos proprietários.
O Presidente defendeu a necessidade de “acelerar o passo” e de conceder mais poderes e fundos às autarquias para que possam intervir de forma mais eficaz no território. Esta intervenção presidencial sobre um tema que afeta profundamente o país demonstra o papel do Chefe de Estado na fiscalização de políticas públicas de longo prazo e na chamada de atenção para os obstáculos que persistem, uma responsabilidade que o seu sucessor herdará.
Em resumoO balanço do Presidente sobre a prevenção de incêndios é agridoce: reconhece os progressos na resposta, mas critica a persistência de falhas estruturais, como o atraso no cadastro, defendendo mais poder para as autarquias e uma reforma acelerada.