Numa entrevista à Lusa, Gouveia e Melo foi perentório na sua visão sobre a imigração, afirmando que esta “não é um problema, é uma oportunidade” e que Portugal precisa dos imigrantes para se desenvolver, mostrando-se disposto a perder votos por esta convicção.

Esta posição contrasta diretamente com a de outros candidatos, nomeadamente André Ventura.

Outro eixo central da sua mensagem é o combate ao populismo e a defesa da integridade do cargo presidencial.

O candidato avisou que o futuro Presidente não pode ser um “Cavalo de Troia” de um partido ou um populista, uma declaração que define um critério de exigência para a função e que serve de crítica implícita a outros contendores.

Ao eleger Mário Soares como o seu principal modelo, Gouveia e Melo invoca uma figura histórica associada à consolidação da democracia e a uma certa forma de humanismo e proximidade, afirmando rever-se nele “até como ser humano”.

Embora também reconheça o contributo de Ramalho Eanes, demarca-se de figuras militares não eleitas, reforçando a sua adesão aos valores democráticos e ao primado do poder civil.

Esta construção de imagem, que combina firmeza institucional com uma agenda social progressista, visa agregar um eleitorado vasto, que vai do centro-direita ao socialismo moderado.