Esta estratégia desenvolve-se em paralelo com a formalização do apoio do seu partido, o PS.

Seguro está a executar um delicado exercício de equilíbrio político.

Por um lado, precisa do apoio estruturado e da base eleitoral do Partido Socialista para ter uma candidatura viável.

Por outro, para ser bem-sucedido numa eleição presidencial, necessita de se apresentar como uma figura consensual, capaz de representar todos os portugueses e de estar “acima dos partidos”. A sua reação à proposta de apoio do PS é reveladora desta estratégia: afirmou tomar “boa nota” do eventual apoio, mas reforçou imediatamente que a sua candidatura se dirige a “todos os democratas, a todos os humanistas, a todos os progressistas”. Este discurso visa alargar a sua base de apelo para além das fronteiras do PS. O apoio dentro do partido parece estar a consolidar-se, como indica o anúncio de Francisco César, líder do PS/Açores, de que votará favoravelmente a proposta de apoio a Seguro na Comissão Nacional.

Este passo é fundamental para legitimar a sua candidatura dentro da estrutura partidária e evitar divisões internas.

Ao procurar ser um Presidente de todos, mas partindo de uma base partidária sólida, Seguro segue um caminho tradicional para candidatos da sua área política, tentando projetar uma imagem de moderação e capacidade de diálogo, essenciais para a magistratura de influência que o cargo de Presidente da República exige.