Este posicionamento procura solidificar a sua base de apoio e apresentar-se como a candidatura de referência para a esquerda e os democratas.

Para António Filipe, a Constituição não é um documento meramente formal, mas sim um programa político e social que consagra direitos fundamentais nas áreas do trabalho, saúde, educação e habitação, os quais, na sua visão, estão a ser postos em causa.

Ao erigir-se como o principal defensor da lei fundamental, o candidato do PCP procura distinguir-se dos restantes, acusando-os, implícita ou explicitamente, de se desviarem dos seus princípios.

A sua campanha tem também um forte p pendor de intervenção no terreno, como demonstrou a sua visita a Piódão, local de um grande incêndio, para discutir os problemas do mundo rural e da floresta. No plano estratégico, António Filipe defende que a “convergência à esquerda deve ser feita à volta da sua candidatura”, um apelo direto ao eleitorado do Bloco de Esquerda, do Livre e até de socialistas descontentes. Esta ambição de unir a esquerda sob a sua bandeira constitucionalista é um dos eixos da sua campanha, que se define também pela promessa de usar os poderes presidenciais para evitar que a extrema-direita participe no governo, um tema de elevada importância para o seu eleitorado-alvo.