Esta tática reflete a natureza da eleição, que premeia figuras capazes de gerar consensos e apelar a um eleitorado vasto e diversificado.

Os artigos indicam que os candidatos “tentam ser abrangentes e apresentar apoios de várias áreas políticas”, uma tendência visível em várias candidaturas. António José Seguro, apesar de ter o apoio oficial do PS, insiste que a sua candidatura é “aberta, plural e dirigida a todos os democratas”, procurando evitar o rótulo de candidato meramente partidário.

No campo da direita, Luís Marques Mendes escolheu Rui Moreira, uma figura independente e atual presidente da Câmara do Porto, como seu mandatário nacional, um gesto claro de abertura à sociedade civil e a sensibilidades políticas não alinhadas com o PSD. A própria candidatura de Henrique Gouveia e Melo baseia-se numa plataforma de independência, com o candidato a afirmar que o Presidente não pode ser um “Cavalo de Troia” de um partido. Esta procura por apoios transversais é uma resposta à exigência do eleitorado, que vê no Presidente da República uma figura unificadora, capaz de arbitrar conflitos e de representar todos os portugueses, independentemente das suas filiações políticas. O sucesso de cada candidato dependerá, em grande medida, da sua capacidade de construir esta imagem de independência e de agregar apoios de diferentes quadrantes da sociedade portuguesa.