Esta estratégia visa demarcar o seu próprio perfil e posicionamento dentro do eleitorado de centro-direita, onde ambos têm as suas raízes.

Numa entrevista à CNN Portugal, Marques Mendes foi direto ao afirmar que, “se fosse presidente”, não teria dito o que Marcelo afirmou sobre Trump ser um ativo russo.

Esta declaração sinaliza uma abordagem potencialmente mais contida ou diferente em matéria de política externa e do papel do Presidente como comentador de assuntos internacionais.

A crítica não se ficou por aí, tendo também considerado a manchete de um jornal como um “completo exagero”, mostrando uma postura interventiva no debate mediático.

Este movimento de diferenciação é crucial para a sua candidatura.

Vindo da mesma área política que o Presidente cessante, Marques Mendes precisa de evitar ser visto como um mero sucessor ou continuador do “Marcelismo”.

Ao apontar discordâncias, procura construir uma identidade própria, apelando a um eleitorado de centro-direita que, embora possa ter aprovado os mandatos de Marcelo, talvez procure agora um estilo de presidência diferente, possivelmente mais focado na contenção institucional e menos na omnipresença mediática. Esta estratégia de distanciamento calculado é um passo fundamental para viabilizar a sua candidatura num espaço político que conta com outros candidatos de peso.