Esta declaração insere-se na sua estratégia de rutura com o regime democrático atual, que classifica como "podre de corrupção". A afirmação de Ventura, líder do Chega, não foi um deslize, mas sim um elemento central da sua narrativa de campanha, que visa capitalizar o descontentamento popular com o sistema político. Na mesma entrevista, à SIC, justificou a sua posição radical alegando que o país está mergulhado numa "epidemia de corrupção" e que "temos mais bandidos à solta do que na cadeia".
Para combater esta situação, defende a instauração de uma "Quarta República", argumentando que os mecanismos constitucionais atuais são insuficientes.
Ventura posiciona-se como o único candidato verdadeiramente "antissistema", rejeitando apelos à moderação e à unidade, que classifica como "conversa da treta".
O seu objetivo declarado é ser o candidato mais votado na primeira volta das eleições, e a sua retórica visa mobilizar uma base de eleitores que se sente traída pelas elites e que anseia por uma liderança de pulso firme.
Ao invocar a figura do ditador, Ventura testa os limites do discurso político e solidifica a sua imagem de candidato disruptivo, disposto a quebrar com os consensos estabelecidos da democracia portuguesa para, segundo ele, "pôr o país na ordem".














