Esta afirmação, proferida numa entrevista, enquadra a estratégia de Mendes de se apresentar como a principal alternativa moderada e de regime no campo da direita. Numa intervenção na CNN Portugal, Marques Mendes procurou solidificar a sua imagem de estadista, contrastando-a diretamente com o radicalismo de Ventura. Ao afirmar taxativamente que o líder do Chega não tem condições para ocupar o Palácio de Belém, Mendes apela ao voto útil do eleitorado de centro-direita que rejeita a polarização. Simultaneamente, o candidato aproveitou para se distanciar subtilmente do atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, indicando que, sobre a guerra na Ucrânia e a figura de Donald Trump, "se fosse presidente, não teria dito" o que Marcelo afirmou. Este posicionamento duplo — de oposição frontal a Ventura e de diferenciação em relação a Marcelo — revela uma estratégia calculada para ocupar um espaço de moderação, previsibilidade e sentido de Estado. Mendes quer ser visto como a opção segura, capaz de unir o seu espaço político sem ceder a extremismos e, ao mesmo tempo, prometendo um estilo de presidência mais contido e menos personalista do que o do atual Chefe de Estado.
A sua abordagem visa construir uma candidatura de amplo espectro no centro-direita, atraindo desde os mais moderados aos conservadores descontentes com a deriva populista.














