Esta abordagem tem gerado fortes reações dos restantes candidatos, queixas junto de entidades reguladoras e ações legais.

A campanha do líder do Chega exibiu cartazes com frases como "Isto não é o Bangladesh" e "Os ciganos têm de cumprir a lei", que foram amplamente condenados como xenófobos e racistas por outros candidatos, incluindo Catarina Martins, António Filipe e Luís Marques Mendes.

A controvérsia levou a queixas junto da Comissão Nacional de Eleições (CNE) e da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), que remeteram as participações ao Ministério Público para apurar a eventual prática de crime de incitamento ao ódio.

Oito associações ciganas também anunciaram uma queixa-crime.

Ventura recusou retirar os cartazes, invocando a liberdade de expressão.

Simultaneamente, numa entrevista, Ventura afirmou que o país "precisava de três Salazares para pôr isto na ordem", associando a ideia ao combate à corrupção.

A declaração provocou uma repreensão imediata do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que, em debate parlamentar, retorquiu que "a ditadura é ela própria a corrupção", sendo aplaudido por várias bancadas.

Candidatos como Gouveia e Melo e Marques Mendes também criticaram veementemente a afirmação.

Esta estratégia é interpretada por analistas como uma tentativa de radicalizar o discurso para fixar a agenda mediática e consolidar a sua base eleitoral.