Com estes apoios, Mendes posiciona-se como um candidato de centro-direita experiente, focado na estabilidade e na criação de consensos.

A escolha de Rui Moreira é particularmente simbólica.

O autarca do Porto, uma figura independente, admitiu que a sua própria candidatura seria uma "redundância" e poderia "canibalizar-se" com a de Mendes, beneficiando outros candidatos. Ao apoiar Mendes, Moreira elogia a sua capacidade de "mediar conflitos", a sua recusa em "cavalgar na onda antissistema" e o seu respeito pela separação de poderes. O apoio de Durão Barroso, que destacou a postura moderada de Mendes e a sua capacidade de "procurar equilíbrios", reforça esta imagem de um candidato de regime, que rejeita "extremismos". O antigo ministro Pedro Mota Soares (CDS) também se juntou à sua comissão de honra. Em termos de propostas, Marques Mendes tem focado a sua atenção na diáspora, lamentando que os emigrantes sejam tratados como "portugueses de segunda" e acusando os partidos de terem "medo do voto eletrónico".

Na frente interna, tem sido uma voz crítica da gestão da saúde, exigindo "soluções" imediatas à ministra Ana Paula Martins.

Ao ser questionado sobre um eventual governo do Chega, afirmou que daria posse, mas exigiria "garantias constitucionais" escritas caso o programa contivesse medidas "grosseiramente inconstitucionais".