Apesar destes apoios partidários, o almirante na reserva reafirma a sua independência e critica os "velhos rótulos e maniqueísmos" da política tradicional.

O apoio de Manuel Pizarro, uma figura proeminente do PS, surge em contramão à decisão oficial do partido de apoiar António José Seguro, ilustrando as divisões internas socialistas e o apelo transversal da candidatura de Gouveia e Melo. O próprio almirante revelou estar a receber, "em privado", apoios de membros do PS, PSD e CDS, afirmando que alguns lhe dizem: "eu tenho que fingir que vou apoiar outro candidato, mas depois vou lá pôr cruz no seu nome".

Esta estratégia de se posicionar acima dos partidos é reforçada pela escolha do antigo líder do PSD, Rui Rio, como seu mandatário nacional.

Perante as acusações de André Ventura de que seria um candidato de esquerda, Gouveia e Melo considerou-as "curiosas" e criticou os "maniqueísmos" que "apenas servem para nos dividir". Em termos de mensagem, tem sido um crítico contundente da governação, afirmando que "o país há muito tempo anda com o rumo pouco definido" e defendendo que as falhas na saúde são um problema de governação que transcende a ministra.

Ao mesmo tempo, tem procurado demarcar-se da extrema-direita, condenando os cartazes de Ventura e apelando ao desprezo por mensagens racistas, embora afaste a ideia de ilegalização do Chega.