Pizarro justificou a sua escolha afirmando que o almirante na reserva é a “pessoa mais bem qualificada” e com “mais provas dadas” no que diz respeito ao serviço público, recordando o seu papel de liderança durante o processo de vacinação contra a COVID-19. Embora o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, tenha deixado claro que o apoio formal a Seguro não colide com a “liberdade” dos dirigentes e militantes para apoiarem outros candidatos, a decisão de uma figura proeminente como Pizarro, que recentemente ocupou uma pasta governamental de relevo, tem um peso simbólico considerável. Este apoio reforça a estratégia de Gouveia e Melo de se apresentar como um candidato transversal, capaz de captar apoios para além das fronteiras partidárias. O próprio almirante revelou estar a receber, “em privado”, apoios de membros do PS, PSD e CDS, o que alimenta a sua imagem de independência. Para a candidatura de António José Seguro, este episódio representa um revés, fragilizando a sua capacidade de unir o eleitorado socialista e demonstrando que a sua nomeação não foi consensual, mesmo entre as figuras mais destacadas do partido.