A campanha presidencial foi abalada por uma controvérsia sobre os motivos que levaram Henrique Gouveia e Melo a candidatar-se, alegadamente despoletada por uma tentativa do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de o travar. A polémica, que dominou o ciclo noticioso, intensificou o escrutínio sobre o candidato e gerou críticas por parte dos seus adversários diretos.\n\nA controvérsia teve origem na divulgação de excertos de um novo livro de entrevistas, onde Gouveia e Melo afirmaria que a sua decisão de avançar para Belém foi cimentada ao ler uma notícia de que Marcelo Rebelo de Sousa pretendia reconduzi-lo como Chefe do Estado-Maior da Armada para impedir a sua candidatura. O candidato veio a público negar esta versão, acusando a agência Lusa de ter produzido uma “notícia falsa”.
A agência, por sua vez, repudiou a acusação e reiterou a fidelidade da sua notícia ao conteúdo do livro. O Presidente da República, questionado sobre o assunto, reafirmou a sua política de não comentar candidatos à sua sucessão, garantindo não ter “relações minadas com ninguém”.
A situação foi aproveitada por outros candidatos para questionar a preparação de Gouveia e Melo para o cargo. Luís Marques Mendes acusou-o de ter uma tendência para “dizer alguns disparates”, “entrar em contradições” ou “gerar polémicas”.
Na mesma linha, António José Seguro criticou o que apelidou de “grande imaturidade política” do almirante. A polémica expõe a tensão entre Gouveia e Melo e o atual establishment político, ao mesmo tempo que serve de arma de arremesso para os seus adversários, que procuram explorar qualquer sinal de falta de experiência ou instabilidade para minar a sua posição como um dos favoritos nas sondagens.
Em resumoA controvérsia sobre a motivação da candidatura de Gouveia e Melo, alegadamente ligada a uma tentativa de bloqueio por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, marcou a semana. Apesar dos desmentidos do candidato, a polémica foi explorada pelos seus adversários, Marques Mendes e Seguro, que o acusaram de imaturidade e de dizer disparates, intensificando o tom da campanha presidencial.