O candidato presidencial António José Seguro procurou clarificar o seu posicionamento político, assumindo-se como sendo de “uma esquerda moderna e moderada”, após uma entrevista anterior em que hesitou em definir-se ideologicamente. Esta correção de rumo surge num momento em que a sua candidatura é pressionada tanto pela esquerda como pelo centro, e em que Seguro procura afirmar um perfil de estabilidade e capacidade de diálogo.\n\nDepois de ter sido criticado por não se identificar claramente com a esquerda, Seguro afirmou que “nem sempre estamos nos nossos melhores momentos” e que o seu espaço ideológico é “claro”.
Sublinhou que, se for eleito, não irá para Belém fazer política partidária, mas sim para ser um Presidente agregador. Esta postura foi visível na sua reação à greve geral convocada, onde se manifestou “bastante preocupado” e apelou ao Governo para que retome o diálogo com os parceiros sociais para evitar a paralisação.
No campo da saúde, criticou a “situação inaceitável” do SNS e a proposta tardia de um pacto de regime por parte de Marcelo Rebelo de Sousa. Para reforçar a sua imagem de unificador, Seguro promoveu uma convenção “pela democracia” que contou com a presença de figuras proeminentes da área socialista como Ana Gomes, João Soares e Francisco Assis. A sua campanha foca-se na promessa de ser um “Presidente da República exigente” que não “vira a cara aos problemas” e que quer “promover uma cultura de compromisso assente em soluções”.
Em resumoAntónio José Seguro reposicionou-se, afirmando ser da “esquerda moderna e moderada” e prometendo ser um Presidente focado em compromissos e soluções. Apelou ao diálogo para evitar a greve geral e criticou o estado do SNS, enquanto procurava unir a sua área política através de uma convenção pela democracia com figuras socialistas de relevo.