Num artigo de opinião, Cavaco Silva não só elogiou as qualidades do candidato apoiado pelo PSD, como também dirigiu críticas contundentes a Henrique Gouveia e Melo, considerando-o inapto para o cargo. Cavaco Silva argumentou que Gouveia e Melo “não possui as competências e as qualificações” necessárias para exercer as funções de Presidente da República. O ex-chefe de Estado alertou que a eleição do almirante representaria um “risco de instabilidade” para o país, questionando a sua experiência e preparação política para as complexidades do mais alto cargo da nação. Este apoio explícito a Marques Mendes foi visto como uma tentativa de consolidar o voto no espaço do centro-direita e de traçar uma linha clara entre o seu candidato preferido e o almirante, que tem atraído apoios de diversos quadrantes políticos. A reação de Gouveia e Melo foi marcada pela ironia.

O candidato agradeceu o que considerou ser um “grande elogio”, interpretando as críticas de Cavaco como um reconhecimento de que a sua candidatura representa um perigo para o candidato “protegido” pelo antigo Presidente. Gouveia e Melo aproveitou para reforçar a sua imagem de outsider, afirmando não pertencer a “dinastias” ou “castas políticas” e querer ser um “ator diferente”. Rui Rio, mandatário nacional de Gouveia e Melo, também respondeu a Cavaco, lembrando que, apesar da sua “experiência política brutal”, o ex-Presidente “assistiu a um governo do engenheiro Sócrates atirar com o país para a bancarrota” e declarou que “o BES era um banco sólido”.