O ciclo de 28 confrontos diretos arrancou esta segunda-feira, prometendo clarificar as posições e testar a performance dos pretendentes ao Palácio de Belém.

O primeiro debate opôs António José Seguro e André Ventura, transmitido pela TVI e CNN Portugal, marcando o início de uma maratona que se estenderá até 22 de dezembro, culminando com o duelo entre os atuais líderes nas sondagens, Marques Mendes e Gouveia e Melo.

Estes debates, transmitidos em horário nobre nos três canais generalistas (RTP, SIC e TVI), são vistos como cruciais para a decisão dos eleitores, especialmente os indecisos. A organização dos debates não esteve isenta de controvérsia, com o grupo Medialivre a admitir avançar para a justiça para alargar a transmissão a todos os operadores, após a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) ter recomendado que o acordo entre os três canais fosse estendido à CMTV e Now, um repto que foi recusado. A importância destes frente-a-frente é sublinhada por vários analistas, que os consideram fundamentais para “cativar o eleitorado flutuante” e definir quem passará a uma provável segunda volta.

No entanto, há também o receio, expresso por figuras como David Dinis, de que os debates se centrem mais em “táticas, não argumentos”, privilegiando “truques, ataques e desempenhos televisivos” em detrimento da discussão de ideias e propostas concretas para o país. A comentadora Maria Castello Branco nota que “o candidato que se sai melhor em debates é quem vai a mais e André Ventura vai a todos”, sugerindo que a sua omnipresença pode ser uma vantagem estratégica.