Uma sondagem recente revela que a maioria dos portugueses defende que o próximo Presidente da República deve ser imparcial face a uma possível entrada do Chega no Governo. A mesma sondagem indica que, em caso de chumbo do Orçamento do Estado, quase dois terços dos inquiridos consideram que o Presidente não deve dissolver o Parlamento, privilegiando a estabilidade e evitando crises políticas.

Os candidatos têm sido questionados sobre como lidariam com um governo que incluísse o Chega. João Cotrim de Figueiredo afirmou que trataria um governo do Chega “como qualquer outro”, mas que, como Presidente, atuaria como um “escrutinador” para mostrar que “não dá para brincar”. Jorge Pinto, candidato do Livre, adotou uma posição mais restritiva, garantindo que só daria posse a André Ventura como primeiro-ministro se este tivesse uma maioria absoluta.

António Filipe, apoiado pelo PCP, defendeu que um Presidente da República pode demitir um governo “se este puser em causa a democracia”.

A questão das alianças tem-se refletido também a nível autárquico, com a polémica em Sintra, onde um acordo entre o PSD e o Chega levou a Iniciativa Liberal a retirar a confiança política à sua vereadora eleita.

Este debate sublinha a importância dos poderes presidenciais como garante da estabilidade e do funcionamento das instituições num quadro político cada vez mais fragmentado.