A pré-campanha de André Ventura ficou marcada pela polémica em torno de cartazes com as mensagens “Os ciganos têm de cumprir a lei” e “Isto não é o Bangladesh”. Estas ações geraram uma forte onda de indignação, levando o Ministério Público a abrir um inquérito na sequência de várias denúncias. Além da investigação judicial, seis cidadãos da comunidade cigana avançaram com uma ação especial de tutela da personalidade em tribunal para obrigar Ventura a retirar os cartazes no prazo de 24 horas, sob pena de uma multa diária de cinco mil euros. André Ventura reagiu, considerando a ação judicial uma “jogada política” e uma “tentativa da judicialização da política”, afirmando que só retirará os cartazes por ordem do tribunal.
O líder do Chega defendeu a sua liberdade de expressão, alegando que as mensagens são “óbvias” e não ofensivas.
O tema dividiu os restantes candidatos presidenciais.
Marques Mendes considerou que recorrer aos tribunais “é fazer um favor ao Chega”, defendendo que o partido deve ser combatido “politicamente” e não na justiça, para não o transformar em “vítima”. Por outro lado, João Cotrim de Figueiredo, embora empenhado em vencer as “ideias retrógradas” do Chega, recusou-se a comentar diretamente os cartazes para não contribuir para a estratégia de Ventura.
O Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, também se pronunciou, classificando os cartazes como uma “manipulação feita com outros objetivos”.
O julgamento da ação cível foi marcado para 27 de novembro.
Em resumoOs cartazes de campanha de André Ventura geraram controvérsia e levaram à abertura de um inquérito pelo Ministério Público e a uma ação cível para a sua remoção. O episódio dominou o debate, com Ventura a defender-se em nome da liberdade de expressão e os restantes candidatos a dividirem-se sobre a melhor forma de combater o discurso do Chega, se na arena política ou na judicial.