A controvérsia centra-se na equiparação das duas datas e no seu significado para a democracia portuguesa.
As posições dos candidatos são marcadamente distintas.
António Filipe, apoiado pelo PCP, é o mais crítico, afirmando que o seu partido não participará nas cerimónias.
Considera que a celebração é promovida pelos "derrotados" do 25 de Novembro e serve para "reescrever a História" e "menorizar o 25 de Abril". Do lado oposto, Henrique Gouveia e Melo é descrito como um "homem do 25 de Novembro". Luís Marques Mendes adota uma posição intermédia: defende que o 25 de Abril "está acima" e "não é substituível", mas considera que o 25 de Novembro também foi "importante" para garantir a democracia. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, introduziu nuances na discussão, considerando a parada militar um "regresso ao passado" dos tempos de Ramalho Eanes, mas desvalorizando a questão da equiparação, afirmando que, em termos de sessão solene, esta "foi praticamente equiparada já no ano passado".
O debate reflete uma tensão persistente na sociedade portuguesa sobre a interpretação do Processo Revolucionário em Curso (PREC).
Para a esquerda, o 25 de Novembro representou o fim de um processo revolucionário popular; para a direita e os socialistas moderados, foi o dia que salvou a democracia pluralista de uma deriva totalitária de extrema-esquerda.
A forma como cada candidato se posiciona revela a sua herança política e a sua visão sobre as fundações do regime democrático.














