A escolha de uma figura de renome do mundo da ciência, sem filiação partidária conhecida, visa projetar uma imagem de competência, independência e abertura à sociedade civil.

Maria do Carmo Fonseca é médica, professora catedrática e investigadora, tendo sido distinguida com o Prémio Pessoa em 2010 e presidido ao Instituto de Medicina Molecular. Ao escolhê-la, Seguro procura alargar a sua base de apoio para além do eleitorado tradicional do Partido Socialista.

A própria mandatária justificou a sua decisão afirmando querer "um futuro construído com inteligência, coragem e independência" e um Presidente que valorize "a ciência, a educação e a cultura".

Sublinhou ainda que "a vida pública não pode ser só composta por políticos" e que deseja que as mulheres assumam mais protagonismo.

Este discurso alinha-se perfeitamente com a estratégia de Seguro, que tem procurado apresentar-se como um candidato agregador, capaz de unir progressistas e humanistas e de "trazer os melhores para a vida pública". A escolha de uma mulher cientista e independente contrasta com as candidaturas mais marcadas por percursos políticos tradicionais, numa tentativa de captar o voto de eleitores moderados e desiludidos com os partidos.

A nomeação foi um dos marcos da sua pré-campanha, ocorrendo pouco antes do início dos debates, onde o candidato tem procurado manter uma imagem de serenidade e bom senso.