A Procuradoria-Geral da República (PGR) admitiu que sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente não foram comunicadas ao tribunal competente "por razões técnicas diversas", o que intensificou o debate.
O candidato Henrique Gouveia e Melo considerou que se passou "o limite do razoável nas escutas", enquanto Catarina Martins classificou o sucedido como um "caso gravíssimo". Do lado do PS, o candidato António José Seguro defendeu a necessidade de uma justiça "competente" que atue "a tempo e horas", e o secretário-geral do partido, José Luís Carneiro, classificou como "grave" a falha do Ministério Público.
João Cotrim de Figueiredo também instou o Procurador-Geral da República a prestar esclarecimentos públicos, considerando o comunicado da PGR insuficiente. As reações demonstram um consenso alargado sobre a gravidade da situação, transformando o estado da justiça num campo de batalha eleitoral. Os candidatos aproveitam o tema para se posicionarem como defensores do Estado de direito e da transparência das instituições, num momento em que a confiança dos cidadãos na justiça é abalada. A controvérsia serve de plataforma para os candidatos exporem as suas visões sobre a separação de poderes e a necessidade de reformas no setor judicial, um tópico que promete continuar a marcar a agenda até às eleições.












